17/09/2012

Eutanásia: sim ou não?


“ Nem sempre é possível salvar vidas. Uma das coisas que devemos lembrar é que a porcentagem de pessoas que morrem é de cem por cento! Todo mundo vai morrer um dia. A medicina tenta nos afastar da morte. Mas não funciona. Porque todos nós temos de morrer.

Uma das razões por que entrei na Medicina foi a vontade de procurar formas de diminuir o sofrimento alheio. Ao insistir, por exemplo, em lançar mão de recursos tradicionais, a Medicina pode até aumentar o sofrimento de quem se aproxima da morte. Mas o médico pode diminuir o sofrimento se tiver a coragem de encarar o fato de que aquela pessoa vai morrer. Assim, ele poderá transformar este processo em algo suportável”.

“O que ocorre na eutanásia é que você dá ao paciente um comprimido para dormir. Barbitúricos . Você não dá em forma de comprimido. Dá em forma de pó, dissolvido em glicerina e álcool. É uma poção, um drinque. Metade de uma xícara de café. Você dá. O paciente bebe. Em um, dois minutos, minuto, adormece. Não morre: adormece. Você, médico, faz uma promessa ao paciente: se ele, depois de adormecer, não tiver morrido depois de cerca de quarenta e cinco minutos, você dará uma pequena injeção letal, uma substância que se usa em cirurgias. Mas o paciente sabe que, quando tomar o comprimido dissolvido, morrerá. Se o paciente não puder engolir, você dará uma injeção, para administrar os barbitúricos. Também neste caso, os pacientes,primeiro, adormecem. Depois, morrem durante o sono. Parece terrível, mas não é uma maneira ruim de morrer. É cair no sono na melhor das companhias”

do livro “Dançando com A Morte”, de Bert Keizer 

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